segunda-feira, 31 de maio de 2010

Greve na Seduc: Professor dá sua opinião

UMA QUESTÃO DE ENTEDIMENTO

Quero aproveitar a oportunidade e utilizar esse espaço para expor o meu entendimento com relação ao movimento de greve em que esse encontra os profissionais da educação, como também da realidade atual por qual estamos vivendo e passando.
Há 24 anos, a nossa luta era fundamentada na unificação de todas as categorias do funcionalismo público, ou seja, do servente ao diretor incluindo também, todo o administrativo da Seduc. A idéia, partiu do princípio de uma única força concentrada no funcionário público de forma ampla e geral, formando um contingente bastante significativo, uma receita elevada, construindo um Sindicato forte e com uma infra-estrutura sólida em busca dos objetivos, visando sempre, a qualidade da educação e melhoria dos salários.
Pois bem, naquela época a realidade era outra, a estrutura era outra, as palavras de ordem tinham efeito muito positivo, a esquerda se posicionava como sendo a única alternativa para que o país vivesse a tão sonhada democracia. Grandes marchas aconteciam, “A LUTA CONTINUA O POVO TÁ NA RUA”, “FORA FMI”, quem não lembra? Hoje, o povo está mais preocupado em lutar para se manter vivo em meio a toda essa violência que assola o nosso país, do que lutar por salário. Não podemos mais falar “FORA FMI”, o PT está no FMI, portando, a estratégia de luta bem que poderia ser diferente. Hoje existe uma nova conjuntura e as nossas ações precisam acompanhar. A nova geração não quer mais “Cantar e seguir a canção”, a nova geração quer apenas ouvir a canção de acordo com seus interesses, que é uma pena, mais é esse mundo virtual que teremos que nos adaptar e construir novas estratégias de luta.
Nesses 30 anos de vivência na vida pública, entendo que não há mais razão para pensarmos em luta unificada. O que se percebe é que a maioria que desconta para o sindicato são professores, e o restante onde é que está? Porque não desconta? Ninguém tem mais interesse porque não acredita ou simplesmente fazem uso do descaso. Poderíamos analisar da seguinte forma: Uma parte significativa dos que trabalham no apoio (serventes, porteiros, merendeiras e administrativo ), foram aposentados, e os que entraram no lugar, muitos foram terceirizados e outros contratados e pelo que sei, nenhum desses são sindicalizados, com isto, perdemos receita, ficamos desmobilizados e a idéia inicial da unificação vai por água abaixo. Agora pergunta-se: e o professor como é que fica?, é o costa larga, tenta assumir sozinho uma luta que alguns acreditam que ainda é unificada, o que não é verdade. Se assim fosse, nossas assembléias não caberiam dentro de um auditório com 600 lugares ou em uma escadaria de Igreja. Precisaríamos de uma grande estacionamento ou até mesmo o Ginásio da UEPA. Se fosse desse jeito, eu estaria convencido que nossa luta era forte. Infelizmente não é isso que se vê, o que me deixa bastante desmotivado. Nesses últimos 4 anos eu não tenho conhecimento que nossas greves foram de todo o funcionalismo público. Os professores decidem cruzar os braços, por outro lado o restante dos funcionários cumprem o seu horário normalmente. Como podemos afirmar que a paralisação é dos trabalhadores da educação ? Se todos são trabalhadores da educação, por que só o professor pralisa ? A mídia sempre estampou, “GREVE DOS PROFESSORES” , a comunidade comenta: Mais uma vez esse lenga, lenga. Todo ano é a mesma coisa. E o professor como é que fica? Sempre levando a culpa, se expondo e dando sozinho a cara pra bater. Se a greve é dos professores, então por que o ganho e as reivindicações tem que ser para todos? Está na hora de repensar. Há quanto tempo que não se vê essa luta unificada do funcionalismo como imaginavam nossos antigos companheiros, e que hoje, ocupam cargos no poder Legislativo e no Executivo. As novas lideranças deveriam repensar e montar uma nova estrutura para o Sindicato, inclusive, com a mudança da sigla. Se continuar o processo de terceirização dos serviços básicos, daqui a 5 anos, os que ainda estão no estado, vão aposentar-se e não terão obrigação nenhuma de serem sindicalizados, e os que entrarem será difícil convencê-los a descontar. Futuramente, escrevam o que estou dizendo: nosso sindicato passará a ser de professor e técnico, com uma luta concentrada nos interesses da categoria. Eu sei que alguns colegas mais radicais farão altas críticas quanto ao meu entendimento, mais outros com certeza, entenderão que nas minhas palavras não há tanta inverdade. “O tempo muda e nós temos que ter a capacidade de mudar nossas ações e nos adaptar ao novo tempo, só o burro permanece na mesmice levando chicotada o tempo todo.”
É preciso que se dê uma nova estrutura ao Sindicato. Do jeito que está não vamos muito longe. Pensem nisso.



MARCIO MONTORIL SANTIAGO
ENDEREÇO: CIDADE NOVA I TRAV 4B Nº 62

TELEFONE 3235 46 07 - 3263 0074

RG- 1432490

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