terça-feira, 23 de março de 2010

Pode comparar Marina com Obama

A senadora Marina Silva (PV-AC) é alérgica a tudo. Maquiagem, nem pensar. Mas tudo bem comparar a sua candidatura com a de Barack Obama. No início do mês, ela participou da primeira gravação do programa Lobotomia, na MTV, em um pequeno estúdio onde dividiu as câmeras com o apresentador Lobão. Com o tradicional coque e gestos contidos, Marina reclama do frio ali dentro.
“Gostei da senhora porque parece uma pessoa. Você não tem uma persona na frente da pessoa”, diz o cantor, para quebrar o gelo. “Por isso que não vivo sem uma echarpe e meus colares”, respondeu a senadora. Nas idas e vindas de um programa editado, os closes deixam passar uma imagem de cansaço. Depois de duas horas, Marina desce ao primeiro andar – onde alguns jornalistas acompanharam a entrevista – e passa por mais uma batelada de perguntas.
Alguém retruca se ela gosta da maratona que se exige de quem quer ser candidata à Presidência da República: “Um pouco menos do que eu gostaria”, diz. Quando todas as perguntas são feitas, é possível se aproximar e conversar com calma.
Questionada sobre como é responder todos os dias a comparações com o atual presidente americano, Marina junta as mãos e começa a responder em tom monocórdio, geralmente sem encarar o interlocutor e à procura de um ponto no horizonte, como se estivesse tentando se lembrar de respostas decoradas.
“É sempre um orgulho quando me comparam com o presidente Barack Obama. Mas não deixo isso subir à minha cabeça”, afirma. Passam das 22h30, e Marina precisa ir embora. Quando sai do elevador cheio, olha para o repórter e diz, com um largo sorriso: “Imagina se vou me incomodar com isso”.

Estadão.

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